UMA HISTÓRIA BANAL…
O narrador-
O cansaço era evidente de nada ter feito… contribuído em coisa alguma desfazendo nada, numa vida cheia de pouco e de muito, “nada” ter feito.
Contorcer-se em agonia; de alguma maneira pelo desfeito e imperfeito, pela inexistência imunda burlesca e Vladesca, repleta de “ses” e “mas”… “talvez sim”, “talvez não”… “impossíveis” e “nuncas” desenhados num arabesco tridimensional, cinzelado parcialmente a fósforo pouco inflamável com direitos de autor desconhecido e frustrado… era usual.
Rica e patética existência!!! O que se perde nesta vida com a experiência.
A candura, a inocência… impondo-se a revolta.
Cães danados… arrenhágas do forrégo!!!
Totalitário num universo inócuo, entupido pelo vácuo da futilidade à soberba que desmonta a normalidade comportamental, encarreirando falsos moralismos e obscenas condutas, como elo de ligação entre o céu e a terra.
QUEM MAIS??? O Lobo!!!
Via-se a encarquilhar contra vontade, por força do destino…
O irreversível processo!!!
Inaudita longevidade ignóbil com séculos de amorfismo; tanto nada ter feito, -embora tentado-, sem reflexo à contemplação aquariana ou taurina, capacitados para medalhar um expoente único e exemplar a futuras gerações.
“Triste vida a minha”… - )refletia( -, repleta de emoções e contravenções que se digladiaram no meu íntimo infinito…
Majestosos atos de rebelião interventiva, estupidamente incompreendidos.
De tresloucados atos beneméritos e benevolentes me adornei… o que numa equação matemática daria zero!!!
0+0x0x000 ao cubo… igual a tantos como tais.
Compaixão e tolerância promíscua carimbaram putrefatas encenações de alter egos sufragistas e deslavados.
Ficou por delapidar um potencial arqueólogo da medicina numismática interventiva, um visionário na pacificação de conflitos, um excecional entertainer, um grandioso e combativo filósofo, determinado a subverter todos os conceitos existentes, formulações e definições, pensamentos e doutrinas ancestrais que ainda hoje nos guiam, por ver em tantas delas a falácia, o logro e a trapaça, a treta e o escovilhão do inferno.
As opções seriam infinitas e o seu status social inclassificável… obsoleto no apogeu.
Nada fez em ginásios… com enegrecidos, bolorentos e humidificados tetos, nunca admirados por paparazzis ou adolescentes em visitas de estudo, trauteando o éter desligado.
Predestina-se um futuro pouco risonho…
Tilintam moedas nos seus bolsos… no alforge vazio estariam notas e promissórias, mas nada!!! nada tinha… suplicava pela demanda, pelo tal ato supremo, justificativo do seu obituário.
Apontamentos noturnos!!
“Sinto-me fétido e disforme, grandioso e soberbo… pulverizando-me com sprays das mais requintadas essencias numa inoportuna saída caseira.
Enfrento as massas com relutância e nervosismo tranquilo, bem demonstrado no meu semblante carregado e sisudo, antevendo o primeiro embate com a imbecilidade”.
Depois outro e outro…
E mais outro… já recomposto dos anteriores!!
Sobreviver… (continuando)
“Aonde ficou a minha juventude idónea?? A minha maravilhosa infância??? A irrequieta adolescência??? Do berçário aos primeiros passos…”
Transpus os ciclos numa demanda suicida… nem dei por eles.
Como escapei a tantas, ainda estou para saber.
De outras “tantas” memórias, nada resta, de tão rica e pobre que foi esta vida. Que fiz eu além de procriar??? que nem considero, de tão banal que é…
“serei uma besta, como escreveu Pessoa?? Não serei louco suficiente para que viva?? Se na loucura estiver a resposta??”…
Meu Pai perdoa-me a rebeldia… poderia ter feito melhor e orgulhares-te de mim, exteriorizando o desconhecido para ti. Vai entardecendo, para pensamentos futuristas e sonhos tardios que ficaram por realizar…
Sinto-me um inútil nesta massa hórrida, outrora quase perfeita.
Renasço diariamente, convicto do contrário…
Não dei tudo nem me esforcei para tocar o céu. Tropecei numa escada incompleta com degraus a mais, num piso escorregadio… triturei uma alma gémea sem escrúpulos, pela van glória de despedaçar e sacrificar a fragilidade.
Inocentemente!!! Pela inconsequência da juventude.
Constatei a finitude do pensamento, exigindo-lhe mais…
Via a incapacidade evolutiva, incompreensível para mim…
A argumentação tornou-se gritante… era o fim!!!
Derramei sangue inutilmente, bombeado por um músculo viscoso e rancoroso.
Assim ficou com o tempo.
Tantas vezes desejei que parasse, acabando com este tormento risonho.
Tive tudo e nada tenho… NADA!!!! duas vogais e duas consoantes potentíssimas que unificadas, dilaceram incansavelmente o meu ser, dando-me simultaneamente uma paz de alma por conscientemente nada ter feito mas, tentado!!!
Muito antes dos sete pecaminosos mortais me corromperem a personalidade, «num contexto mais abreviado», delapidando algumas características basilares num carácter em franca expansão e maturação que não resistiu ao chamamento das trevas…
Foi uma luta intensa e longa da qual saí vencedor, ainda mais forte…
Minha mãe… que tanto sofreste comigo. Alegrei-te noites de sofrimento e angústia… de dor; em ressalvas de absolvição. Fiz-te sofrer sem querer, porque te odiei várias vezes. Não tinha motivos para tal… estava errado e cego, vendo apenas o irreal e irrisório.
O que vê um potro??? daqui pr’áli, nada mais!!!
Tantas vezes me alertaste enquanto eu corria, abrindo um leque de opções inalcançáveis.
O que esperar de uma criança??? um adolescente??? Quase adulto???
Há sempre uma desculpa!!!
Eu bem tentei, como na vida… tentando e conseguindo, construindo e demolindo. Reconstrui e demoli novamente até restar nada, tanto que, esse “nada” atormenta-me a alma sem complacência nem dividendos.
Fui amado e amei… muito!! num curto espaço de tempo, considerando esta penosa longevidade. Já me quis despedir várias vezes, mas fechavam-se-me as portas divinas, abrindo-se outras metálicas e incandescentes que me assobiavam enigmaticamente.
Debati-me ferozmente… lutei… tentei… não fiz tudo!!!
O irresistível chamamento do lado negro… essa luta constante entre o bem e o mal, entre o vírus e o antibiótico, a vida e a morte, o ódio e o amor…
O purgatório!!!
A vergonha sociopática que sentem de mim trucida-me, não por ela em si, mas pela pequenez deles… sou um nada eu sei, mas tentei ser alguém!!!
A minha demência era altiva e poética, proseando indultos e obscenidades fictícias que tumultuavam o patriarcado jurídico, tornando-o flácido e displicente.
Sem argumentos!!!
Uma relíquia medieval sem substância nem tempero, que me teria sublimado se desferisse em mim uma pungente mutilação latejante por tempo indeterminado, lembrando-me de nunca esquecer…
Minha mãe… o que sentiste quando me puseram nos teus braços? Contaste os meus dedinhos e olhaste-me nos olhos, vendo se estava tudo perfeito?
Sussurraste…” o meu filhinho”!! Ajeitaste-me o cabelo e aconchegaste-me quase dentro de ti outra vez, fazendo-me tossir e deixando-te aflita??
Doíam-te as intimidades de tão nobre ato, só comparável ao lúdico ato de matar. Dentro de ti gritavam vozes de felicidade e contentamento… Seria assim??
Nunca saberei… queria partir primeiro para não me despedir de ti, tocar-te fria e imóvel, ver-te calada, tu que não te calas… não te ver respirar, esbranquiçada… sonharei contigo!!!
Os teus olhos estarão fechados, não me lembro de te ver dormir. Como será essa dor que nos condenam a suportar?? como serão os meus dias sem ti e o teu praguejar??
Um alívio talvez…
Não preciso disso nem me faz falta, quero passar sem essa dor e sofrimento. Dispenso o cortejo e o frio mármore com a tua foto, tenho que estar à tua espera para te guiar. Mal conseguirás andar… quem te ajudará??
Tirei-te noites de sono… entrarias em pânico quando me engasgava ou adoecia?? o meu banho seria uma oração, a que cuidadosamente te dedicavas e empenhavas??? nunca te agradeci a dedicação e o empenho!!!
Tentei demonstrar várias vezes…
A intolerável ingratidão vingativa divide-me, por nunca me terem dito que se orgulhavam de mim… que eu era um bom filho e me amavam...
Será isso uma obrigação?? Uma litúrgica necessidade??
Seria maior e mais alto se vos agradecesse? Gostariam mais de mim???
Odiei-te tantas vezes, amando-te!!! Amo-te e vou amar-te sempre, um talento inexplicavelmente meu. De amar!!! Queria dizer-te para não chorares no meu funeral, mas sei que estarás à minha espera…
Eras e és linda a preto e branco quando vejo as tuas fotos. Cabelos ondulados e nariz altivo… a pele branquinha e as feições de uma imperatriz fizeram sonhar marinheiros e soldados que disputaram danças e um beijo, um olhar ou um sorriso.
Com as tuas formas, conquistaste um soldado de infantaria. Como teria sido a corte, o primeiro toque e o encostar de corpos??
Como bateria o teu coração a cada galanteio?
Nunca saberei nem tu te deves lembrar, guardando nele esses sentimentos tão nobres e inocentes, difíceis de descrever.
As boas memórias fogem-me incompreensivelmente… pouco restam delas. Ainda te vejo de chinelo na mão e os teus gritos entoam fugazmente. Não te vejo nos passeios ao parque, ensinares-me a nadar, brincarmos às escondidas…
Ensinares-me a contar e a dizer o abecedário…
A não ter medo do escuro, mas que teimosamente apagavas a luz para eu ser um homem valente. Suplicava silenciosamente pela manhã, até adormecer.
Minha querida mãe… onde estavas que não me lembro de ti?? Lembro-me de intervires, quando chicotadas dilaceravam minha pele e a minha carne. Lembro-me vagamente do teu sofrimento, quando meu sangue pintou as paredes do quarto… fivela maldita que impiedosamente me atingiu.
Nunca me levaste à escola e vinha sozinho… beijei-te em criança? Dei-te muito trabalho e ralações? Devo ter dado, como contas e metes a mão na cabeça. Como reagias a tanta traquinice que eu não te ouvia?
Cresci sem dares por isso e sem me aperceber, como os sonhos que se desvaneceram, diluídos no tempo e na esperança.
Pouco me resta para acalentar os infortúnios e desgostos… o meu sentimento protetor é cada vez mais forte quando vos vejo fragilizados e débeis, olhando-vos numa dualidade de sentimentos que vão do amor; por miseravelmente vos amar, ao ódio, por amavelmente me odiarem.
Tu meu pai… cantavas sem encantar, tão amável e bonomico. Sempre foste um fraco que queria ser duro… nunca me amaste grande besta!!
Aqui bem aplicado o adjetivo… por simplesmente teres procriado.
Em mim, descarregavas as tuas frustrações.
Odiava-te com toda a força do meu ser que tantas vezes sonhei matar-te pela tua nulidade na minha vida. Nada me ensinaste nem conselhos me deste.
“Os meus defeitos como filho são o teu fracasso como pai”.
Nunca me deste valor.
Como é possível ter sentimentos por ti, quando não devia??? Enfraqueceste a minha personalidade que se vingou no carácter, fortalecendo-o… nada me corrompe e a minha palavra é tudo o que tenho.
Não prescindo dela nem a ponho em dúvida. Podem duvidar de mim mas, miseravelmente nem sei mentir, penalizando-me tantas vezes por não conseguir tornear ou desdramatizar questões que me popularizariam.
Já fui pateticamente popular!!! por necessidade medíocre…
Queria amar-te como filho mas nunca deixaste… a tua cobardia vejo-a em mim, amaldiçoada e geneticamente herdada. O tormento está quase a chegar ao fim…
Essa tua vidinha tão pobre e desgostosa, está prestes a terminar!! vou chorar por ti um rio, ou um adjacente, talvez um riacho ou uma poça, provavelmente uma chávena ou poucas lágrimas. Não sei, mas chorarei…
Ou talvez não!!!
Ver-te-ei partir em silêncio… sentirei dor ou mágoa pela minha perda?
O meliante teme a inteligência e vocifera altivo perante a cobardia. Ninguém pergunta ao lutador se ele está bem quando cai. É levanta-te, levanta-te!!!
Assim cresci… nesta tormenta e neste eclipse degradante de valores, perdido e sem rumo. Estou sozinho como sempre estive, pouco me lembro dela… da minha irmã.
A besta aterrorizava-me constantemente… só queria desaparecer, renascer noutra família e ser amado. Que me deixassem ser criança…
Medíocres e ignorantes inspirações do nada, horrendamente despojados de amor e paixão.
Eu tinha vida a mais por nada me deixarem fazer, mas a esterilidade afetiva era tanta que tornou-se-lhes impossível transpor essa tão obscura e omnipotente barreira do sangramento, triturando e dilacerando durante os mais belos anos de vida, a carne da sua carne.
O que conceberam com amor… como é possível???
Não tinha a noção do que inocentemente tudo ou nada fazia, nem as asneiras que se acumulavam. Bem viva tenho a revolta, de ver o cinto no ar e a estalar nas minhas costas, das reguadas que eu implorava que parassem.
Desvirtuaste-me o idílico e o paradisíaco saudável, tendo crescido neste mar de ódio, tortura amordaçada e não denunciada. Ter-te-ia acorrentado em condições sub-humanas para aprenderes.
Da tua crueldade, provêm as minhas traumatizadas virtudes… defeituosas e horrendas, complexadas e paranoicas, desvinculando-me de uma vida adulta saudável e feliz. Vias-te em mim da pior maneira, quando te encontravas com a tua cobardia.
Que agonia a minha quando ouvia o teu nome… o que devia ser sinónimo de felicidade, era terrífico e tenebroso, porque não vinha daí nada de bom.
Nada que eu me possa recordar com saudade e carinho, nada que me faça sentir orgulho em ti e gritar,,, tu és o meu pai, o meu querido pai… nada!!!
Tinha vontade de te dizer tudo isto mas, são apenas pensamentos meus. Tão meus que de mim não saem e se te perguntasse o porquê, o porquê de tudo… encolherias os ombros com a desculpa de não te lembrares.
Como seria quando comecei a dar os primeiros passos??
Achar-me-iam piada, envolvendo-me instantaneamente em abraços e beijos, quando me desequilibrava e me apanhavam no ar??
Como seria… vaguear pelos aposentos reais de digníssimos mandatários do castelo, tropeçar em tapetes e partir tudo à minha passagem sem reprimendas ou qualquer tipo de tortura medieval??
Darem-me sem exagero ternura, carinho e amor…
Como seria eu???
Pós graduado e doutorado…
Seria alguém!!
Os desiguais confrontos físicos que travámos, sem fuga possível.
Agonizava ruidosamente, enquanto a chibata cruzava os ares, caindo impiedosamente numa frágil criatura que se debatia ingloriamente para lhe escapar. Ficava prostrado numa agonia silenciosa de lamentos e insultos, rogando pragas e desejando a morte ao carniceiro.
O que faria um pai chegar a este ponto?
Ao ponto da neutralidade cívica, onde parou a evolução do homem, mantendo-se e sendo naqueles momentos, o prestigiado animal das cavernas.
Nem eles tratavam assim as crias…
Não me julguem pelo desabafo, especulando de imediato sobre o meu estado mental, porque como sabem, existem neste mundo milhões de crianças nas mesmas condições e que sobrevivem portanto, é só mais um aguaceiro.
Mas será justo???
Haverá alguma comparação com DEUS??
Imaculada conceção??? Como a tantos outros…
Que tal como ele, permitiu a barbárie e o sofrimento atroz de seu filho; Para nos salvar!!!
Do quê??? Digam-me!!!
Teria Ele sofrido em silêncio, observando lá do alto em agonia e impotência, anunciando-nos num pequeno aguaceiro o verter de uma lágrima??
Numa pequena tempestade um suspiro seu??
Nada!! Não fez nada…
Respirou fundo apenas e apagou as luzes, conformado, escurecendo o dia por segundos.
O seguinte nasceu e morreu, raiou e negrejou, apinou e bocejou, sem nenhuma ocorrência divina. Não compreendo meu DEUS… O que sofreria eu se estivesse no teu lugar, que cairia sobre eles uma tempestade de tanto eu chorar.
Ouvir-se-iam trovões e cairiam relâmpagos das minhas entranhas dilaceradas. Abater-se-ia o céu sobre os carrascos, exterminando-os todos.
Como conseguiste suportar tanto sofrimento em silêncio??
O povo do teu filho foi chacinado… Ele teve de morrer para salvar quem, se todos os cristãos foram perseguidos e considerados uns vermes, possuídos por satan?…
Fomos perseguidos, humilhados, torturados… selvaticamente mortos e desventrados, para que não nascesse mais nenhum impuro.
Tantos morreram por culpa dele.
Nenhuma luz purificadora iluminou o céu, um silvo, uma aurora boreal do encantamento. O homem cão continuou cão, duplicaram e triplicaram para exterminar os seus fiéis seguidores.
Porque morreu teu filho?? Porque deixaste e nada fizeste???
O sacrifício foi em vão!!!
10 páginas
((((Rascunho)))
UMA HISTÓRIA BANAL…
O narrador- O cansaço era evidente de nada ter feito… ter contribuído em coisa alguma, fazendo nada, numa vida cheia de pouco e de muito, “nada” ter feito…
Contorcer-se em agonia, de alguma maneira pelo desfeito, numa inexistência repleta de “ses” e “mas”… “talvez” e “nãos”… “impossíveis” e “nuncas”… desenhados num arabesco tridimensional, cinzelado parcialmente a fósforo pouco inflamável com direitos de autor desconhecido e frustrado.
Rica e patética existência.
Totalitário num universo inócuo… entupido pelo vácuo da futilidade, à soberba que desmonta a normalidade comportamental, encarreirando falsos moralismos e condutas, como elo de ligação entre o céu e a terra.
QUEM MAIS??? O Lobo!!!
Via-se a encarquilhar contra vontade, por força do destino… inaudita existência ignóbil e séculos de amorfismo… tanto nada ter feito, embora tentado, sem reflexo ou contemplação aquariana que pudessem medalhar um expoente único e exemplar, a futuras gerações.
Triste vida inexistente a minha… -refletia-, repleta de emoções e contravenções que se gladiaram no meu íntimo infinito, em majestosos atos de rebelião interventiva.
Tresloucados atos beneméritos e benevolentes, contra sacrilégios de compaixão e tolerância promíscua, que carimbaram putrefactas encenações de alter egos sufragistas e deslavados.
Ficou por delapidar, um potencial arqueólogo da medicina numismática interventiva e um inclassificável status social… obsoleto no seu apogeu.
Nada fez em ginásios, trauteando o éter desligado… esbranquiçados, bolorentos e humidificados tetos, nunca admirados por paparazzis ou adolescentes em visitas de estudo.
Predestina-se um futuro pouco risonho.
Tilintavam moedas nos seus bolsos… no alforge vazio, estariam notas e promissórias, mas nada!!! nada tinha… suplicava pela demanda, do tal ato supremo, justificativo do seu obituário.
“Sinto-me fétido, disforme, grandioso, soberbo… pulverizando-me com sprays numa inoportuna saída caseira. Enfrento as massas com relutância e nervosismo tranquilo, demonstrado no meu semblante carregado e sisudo”.
Apontamentos noturnos!!
Sobreviver… (continuando)
Aonde ficou a minha juventude idónea?? de tantas memórias nada resta, tão rica e pobre que foi. Que fiz eu além de procriar??? que nem considero, de tão banal que é…
Meu Pai perdoa-me a rebeldia… poderia ter feito melhor e te orgulhares, exteriorizando o desconhecido para ti. Vai entardecendo para pensamentos futuristas e sonhos tardios que ficaram por realizar, sinto-me um inútil nesta massa hórrida, outrora quase perfeita.
Renasço diariamente, convicto do contrário…
Não dei tudo nem me esforcei para tocar o céu. Tropecei numa escada incompleta com degraus a mais num piso escorregadio… triturei uma alma gémea sem escrúpulos, pela van glória de despedaçar e sacrificar a fragilidade. Derramei sangue inutilmente, bombeado por um músculo viscoso e rancoroso.
Tantas vezes desejei que parasse e acabasse com este tormento risonho.
Tive tudo e nada tenho… NADA!!!! duas vogais e duas consoantes potentíssimas, que unificadas dilaceram o meu ser e me retribuem uma paz de alma, pela consciência de nada ter feito mas tentado.
Muito antes dos sete pecaminosos mortais me corromperem a personalidade, «num contexto mais abreviado», delapidando um carácter em franca expansão e maturação, que não resistiu ao chamamento das trevas…
Minha mãe, minha adorada, que tanto sofreste comigo. Alegrei-te noites de sofrimento e angústia… de dor, em ressalvas de absolvição. Fiz-te sofrer sem querer, porque te odiei várias vezes. Não tinha motivos para isso… estava errado e cego, vendo apenas o irreal e irrisório.
Tantas vezes me alertaste, abrindo um leque de opções inalcançáveis.
O que esperar de uma criança???
Eu bem tentei… como na vida… tentando e nada conseguindo, tanto que, esse “nada”, me atormenta sem complacência nem dividendos.
Fui amado e amei… muito!! num curto espaço de tempo, considerando esta penosa longevidade. Já me quis despedir várias vezes mas, fecharam-se-me as portas divinas, abrindo-se outras metálicas e incandescentes que me assobiaram.
Debati-me ferozmente… lutei… tentei… não fiz tudo!!!
O irresistível chamamento do lado negro… essa luta constante entre o bem e o mal, entre o vírus e o antibiótico, a vida e a morte, o ódio e o amor… O purgatório!!!
A vergonha que sentem de mim trucida-me… sou um nada eu sei, mas tentei ser alguém!!! A minha demência era altiva e poética, proseando indultos e mascarando obscenidades que tumultuavam o patriarcado jurídico, tornando-o flácido e complacente.
Sem argumentos!!!
Uma relíquia medieval sem substância nem tempero que me teria sublimado, se desferisse em mim uma pungente mutilação latejante por tempo indeterminado, lembrando-me de nunca esquecer…
Minha mãe, minha querida mãe… o que sentiste quando me puseram nos teus braços? Contaste os meus dedinhos e olhaste-me nos olhos vendo se estava tudo perfeito?
Sussurraste…” o meu filhinho”!! Ajeitaste-me o cabelo e aconchegaste-me quase dentro de ti outra vez, tendo tossido deixando-te aflita??
Doíam-te as intimidades de tão nobre ato, só comparável ao lúdico ato de matar. Dentro de ti gritavam vozes de felicidade e contentamento. Seria assim??
Nunca saberei minha mãe… queria partir primeiro para não me despedir de ti, tocar-te fria e imóvel, ver-te calada, tu que não te calas… não te ver respirar, esbranquiçada… sonharei contigo!!!
Os teus olhos estarão fechados, não me lembro de te ver dormir. Como será essa dor que nos condenam a suportar??
Não preciso disso nem me faz falta, quero passar sem essa dor e sofrimento. Dispenso o cortejo e o frio mármore com a tua foto, tenho que estar à tua espera para te guiar. Mal conseguirás andar… quem te ajudará??
Tirei-te noites de sono… entrarias em pânico quando me engasgava ou adoecia?? o meu banho seria uma oração, a que cuidadosamente te dedicavas e empenhavas??? nunca te agradeci a dedicação e o empenho!!!
Tentei demonstrar várias vezes…
A intolerável ingratidão divide-me, por nunca teres dito que te orgulhavas de mim, que eu era um bom filho e que me amavas.
Uma opção, uma necessidade? Seria maior e mais alto se te agradecesse? Gostarias mais de mim???
Odiei-te tantas vezes, amando-te!!! Amo-te e vou amar-te sempre. Queria dizer-te para não chorares no meu funeral, mas sei que estarás à minha espera…
Quando te arranjas ainda és bonita… eras e és linda a preto e branco, quando vejo as tuas fotos. Cabelos ondulados e nariz altivo… a pele branquinha e as feições de uma imperatriz fizeram sonhar marinheiros e soldados, que disputaram danças e um beijo, um olhar ou um sorriso.
Com as tuas formas, conquistaste um soldado de infantaria. Como teria sido a corte, o primeiro toque e encostar de corpos, como bateria o teu coração mãezinha que acelerava a cada galanteio?
Nunca saberei, nem tu te deves lembrar, ou guardas nele esses sentimentos tão nobres e tão inocentes, que é impossível encontrar palavras para os descrever.
Não gostava de ti quando me obrigavas a comer a sopa, quando me punhas de castigo e me batias.
As boas memórias fogem-me incompreensivelmente que pouco restam delas. Ainda te vejo de chinelo na mão e os teus gritos entoam fugazmente, quando penso nos passeios ao parque que poderíamos ter dado, empurrares-me nos baloiços.
Bate os pés e levanta a cabeça… quando me tentavas ensinar a nadar que aprendi sozinho, contar até cinquenta enquanto te escondias e nunca te encontrar. Não me lembro de nenhum bolo de aniversário nem de carrosséis, os póneis… nunca o fizeste. Ensinar-me a cantar e o abecedário, a não ter medo do escuro, mas teimosamente apagavas a luz para eu ser um homem valente. Suplicava silenciosamente pela manhã, até adormecer.
Minha querida mãe… onde estavas que não me lembro de ti?? Lembro-me de intervires, quando chicotadas dilaceravam minha pele e a minha carne. Vi-te chorar com a minha dor e sofrimento, quando meu sangue pintou as paredes do quarto… fivela maldita que impiedosamente me atingiu.
Os berlindes eram meus, não me ofereceste… não te vejo quando passeávamos pelo bairro, comprares um gelado ou um pirolito. Tivemos um, dois, três, quatro cães… não sei se andaste comigo ao colo ou se me balançaste até que adormecesse.
Nunca me levaste à escola e vinha sozinho… beijei-te em criança? Dei-te muito trabalho e ralações? Devo ter dado, como contas e metes a mão na cabeça. Como reagias a tanta traquinice que eu não te ouvia?
Cresci sem dares por isso e contudo, é como se não o tivesse feito. Se fosse ainda pequeno seria essa criança sem nada e que nada tinha, como os meus sonhos que se desvaneceram, diluídos no tempo e na esperança.
Pouco me resta para acalentar os infortúnios e desgostos… o meu sentimento protetor é cada vez mais forte, quando vos vejo fragilizados e débeis, olhando-vos numa dualidade de sentimentos que vão do amor; por miseravelmente vos amar, ao ódio, por amavelmente me odiarem.
Tu meu pai… cantavas sem encantar, tão amável e bonomico. Sempre foste um fraco que queria ser duro… nunca me amaste grande besta e em mim, descarregavas as tuas frustrações.
Odiava-te com toda a força do meu ser, que tantas vezes sonhei matar-te pela tua nulidade na minha vida. Nada me ensinaste nem conselhos me deste, “os meus defeitos como filho, são o teu fracasso como pai”.
Nunca me deste valor.
Como é possível ter sentimentos por ti, quando não devia??? Enfraqueceste a minha personalidade, que se vingou no carácter fortalecendo-o… nada me corrompe e a minha palavra é tudo o que tenho.
Não prescindo dela nem a ponho em dúvida, podem duvidar de mim, mas nem sei mentir, penalizando-me tantas vezes por não tornear ou desdramatizar questões que me popularizariam.
5 páginas de várias dezenas...
mantenham segredo!!!